quinta-feira, 3 de abril de 2014

Mostra Cultural “A Arte Milenar Ucraniana” - 2014

Com a proximidade das comemorações da Páscoa, no período de 07 a 21 de abril de 2014, acontece na Praça de Eventos do Shopping Metrópole (Praça Samuel Sabatini, 200, São Bernardo do Campo, São Paulo, fone:  4003.7370), a Mostra Cultural “A Arte Milenar Ucraniana”, exposição oficial do Consulado Honorário da Ucrânia em São Paulo e da Sociedade Ucraniano Brasileira "Unificação” com a curadoria do jornalista e produtor cultural Maurício Coutinho, onde são apresentados os mais significativos itens da cultura ucraniana, incluindo as famosas “pêssankas”, ovos pintados de forma colorida com uma linguagem própria de símbolos e sinais de prosperidade, saúde e paz.

Com a proximidade das comemorações da Páscoa, no período de 07 a 21 de abril de 2014, acontece na Praça de Eventos do Shopping Metrópole (Praça Samuel Sabatini, 200, São Bernardo do Campo, São Paulo, fone:  4003.7370), a Mostra Cultural “A Arte Milenar Ucraniana”, exposição oficial do Consulado Honorário da Ucrânia em São Paulo e da Sociedade Ucraniano Brasileira "Unificação” com a curadoria do jornalista e produtor cultural Maurício Coutinho, onde são apresentados os mais significativos itens da cultura ucraniana, incluindo as famosas “pêssankas”, ovos pintados de forma colorida com uma linguagem própria de símbolos e sinais de prosperidade, saúde e paz.

“Em painéis e vitrines especiais, afirma o curador Maurício Coutinho, temos um pequeno resumo da importância da Ucrânia e sua arte milenar, enfocando desde a pintura das Pêssankas, até a dança, a música e as artes de modo em geral, bem como aspectos geográficos, econômicos e sociais da própria Ucrânia, através dos trabalhos de artistas das colônias ucranianas do Sul do Brasil, destacando-se dentre eles, dois dos mais consagrados como Vilson José Kotviskilocalizado na cidade de Porto União, em Santa Catarina Eloir Jr., de Curitiba, Paraná”, conclui.

Segundo Jorge Ribka, Cônsul Honorário da Ucrânia em São Paulo, a cultura ucraniana sempre foi conhecida pelo artesanato, que inclui a decoração de ovos - as famosas pêssankas - bordados – toalhas, chamadas de Rushneks – camisasroupas, xilogravuras e pinturas de bonecas, criando um estilo próprio e único em suas danças e cultura em geral.










A Ucrânia é o segundo país da Europa, com quase 47 milhões de habitantes. A nação ucraniana resistiu por séculos, a todas as tentativas de absorção e assimilação de outras culturas, continuando a manter, através dos confins que a dividem, a unidade da língua, cultura e de espírito: que sempre defendeu com sacrifícios de homens e bens, o ideal pátrio, em todo e no mais longínquo ponto de seu território étnico.












































































As “Pêssankas”
Na história do povo ucraniano sempre esteve presente uma tradição de colorir ovos na época em que o Sol voltava triunfante, eliminando a neve que cobria a rica terra negra da Ucrânia. Em escavações arqueológicas, foram encontrados indícios desta arte a mais de 3.000 anos antes de Cristo, sendo que naquela época, eram utilizadas ferramentas muito rústicas para se confeccionar uma pêssanka. 


A explicação para o interesse do ser humano antigo pelo ovo, está no fato do mesmo possuir uma magia incrível, pois de uma forma simples e rude, surgiria a vida. Com o passar dos anos, as ferramentas gradativamente evoluíram e com elas o homem conseguiu melhorar suas condições materiais e também os resultados da suas pinturas em ovos, surgindo melhores definições daquilo que desejava expressar.

Os ucranianos, em paridade com todos os povos antigos, veneravam a natureza e os regentes dos elementos. Assim como outros povos antigos veneravam o Sol com Apolo e seu carro puxado por leões, os ucranianos reconheciam no mesmo astro, o Dajbóh, e à ele ofereciam homenagens, pois novamente traria luz e calor para a Terra. O verde substituiria o branco da neve, as flores voltariam a desabrochar, as árvores ofereceriam seus frutos novamente e o povo poderia trabalhar a terra para obter seu sustento.

A festa da Primavera era um evento alegre, era acendida uma grande fogueira no meio da aldeia e todos comemoravam a chegada de Dajbóh, no exato momento do Solstício de Primavera. Desde o início deste dia o povo estava em festa. Oferecia seus presentes ao regente Dajbóh e entre os mesmos estavam as pêssankas. Nelas estavam gravados os raios de luz que seriam oferecidos à terra, a partir desta importante data do povo antigo.
Também nesta festa eram oferecidas pêssankas aos entes da natureza, fazendo seus agradecimentos pelas colheitas e também firmando seus pedidos para que a terra continuasse produzindo aquilo que necessitavam para viver. Estas pêssankas eram enterradas no campo, nas lavouras, pois deveriam ser presentes aos amados entes da natureza. Neste tempo anterior ao cristianismo, o povo tinha suas crenças voltadas para aquilo que via e sentia.

Era uma época em que mais do que nunca, o ucraniano estava ligado à natureza, sua fonte de vida e energia. Em 988, através do Príncipe Volodymir, a Ucrânia é batizada nas margens do Rio Dnipró, passando a adotar o cristianismo como religião oficial. O povo absorveu essa mudança, mas não aceitou abandonar seus antigos rituais, como as Festas da Primavera.
A solução encontrada pelo clero foi a adaptação deste antigos costumes, como símbolos cristãos, ou seja, permitiam e até apoiavam o povo à manter essas tradições consideradas pagãs, mas lhes incutiam um simbolismo correlato ao cristianismo. A antiga e tradicional Festa da Primavera, transformou-se na Páscoa cristã, por se tratar da mesma época. O povo continuava com os antigos festejos, mas mudava-se gradativamente o sentido da ocasião festiva. As pêssankas, continuaram existindo, o povo não deixou o costume de colorir ovos para expressar seus sentimentos, mas o clero religioso fez com que se abandonassem as crenças nos entes da natureza, deviam ser extintos os costumes tidos como pagãos.

As pessoas passaram então a fazer pêssankas para dar aos parentes e amigos respeitados, na época da Páscoa, para demonstrar tudo aquilo que desejavam para seus entes queridos. As pequenas obras de arte também passaram a aparecer em datas importantes, como casamentos e nascimentos, como materialização das boas intenções que se queria expressar.
Na conturbada história da Ucrânia, o povo passou por muitos períodos de instabilidade social, tendo muitas vezes a miséria e a opressão imperando sobre seus lares. Domínios russos, poloneses, austríacos, húngaros, duas guerras mundiais, o comunismo ... e as pêssankas continuam acompanhando a vida desta gente, que veio para o Brasil em busca de um futuro melhor para seus filhos, trazendo na bagagem uma cultura milenar, que hoje respira a liberdade. A Ucrânia, em 1991 finalmente adquiriu sua independência, exigida pela população que saiu às ruas e hoje, além da seu valor cultural, simbólico e artístico, as pêssankas passaram a ser um símbolo de longevidade para uma Ucrânia livre e independente.
Curriculum resumido do artista plástico Eloir Jr

Nascido em Curitiba-PR., Eloir Jr. é artista plástico pós-graduado pela Escola de Música e Belas Artes do Paraná e graduado pela Universidade Tuiuti do Paraná, expõe profissionalmente seus trabalhos artísticos em mostras individuais, coletivas, e salões de arte desde 1997, obtendo nove premiações durante este período e suas obras estão em coleções de acervos nacionais, internacionais, livros de arte e cultura e nas edições da Casa Cor Paraná.  Em 2010 representou o Estado do Paraná na cidade francesa de Vaire-Sur-Marne.  


Há 19 anos é estudioso das etnias européias que imigraram e colonizaram a terra Paranaense, região sul do Brasil, com enfoque principal na cultura eslava da Polônia e Ucrânia, onde não só expressa a pintura sobre a tela, como também o artesanato cultural destes países. Seu trabalho é alegre, colorido e resgata as nossas memórias culturais trazidas pelos diversos povos. Inspirando-se nos folclores polonês, ucraniano, português, italiano entre outros, o artista consegue demonstrar a convivência harmoniosa das etnias que fazem parte de sua terra natal, a terra de todas as gentes.


Em seu percurso artístico se identificou com a linguagem Naife, que traduz a pura expressão ingênua da cultura, hábitos e costumes em harmonia com ícones paranistas, como gralha azul, araucárias e pinhões.



Ovo Fabergé - O Artista dos Imperadores
Os ovos Fabergé são obras-primas da joalharia produzidas por Peter Carl Fabergé no período de 1885 a 1917 para os czares da Rússia. 

Elaborados com uma combinação de esmalte, metais e pedras preciosas, escondiam surpresas e miniaturas encomendados e oferecidos na Páscoa para a família imperial.




Disputados por colecionadores em todo o mundo, os famosos ovos de Páscoa criados pelo joalheiro russo  Fabergé são admirados pela perfeição e considerados expoentes da
arte joalheira mundial.

Fabergé e seus ourives desenharam e construíram o primeiro ovo no ano de 1885.



O primeiro ovo Fabergé foi encomendado pelo Czar Alexandre III como presente de Páscoa para sua esposa, Maria Feodorovna.

Externamente era um ovo de ouro esmaltado e dentro havia uma gema de ouro, que dentro possuía uma galinha com um pingente de rubi e a réplica em diamante da coroa imperial. 




A imperatriz Maria ficou tão impressionada com o presente, que Alexandre nomeou Fabergé como o “Fornecedor da Corte” e encomendou um ovo por ano, sob a determinação de que fosse único e contivesse uma surpresa. Seu filho, Nicolau II, deu sequência e presenteava sua esposa, Alexandra Feodorovna.





Cinqüenta ovos imperiais foram produzidos para os czares Alexandre III e Nicolau II, sendo que outras dessas jóias também foram encomendadas pela nobreza.

O tema era escolhido e uma equipe de artesãos - Michael Perkhin, Henrik Wigström e Erik Kollin - começava a trabalhar no projeto final.




Os materiais utilizados por Fabergé incluíam os metais prata, ouro, cobre, níquel, paládio e platina que eram combinados em proporções variadas para produzirem diversas cores. 

Utilizava a técnica de esmaltagem “plique-à-jour”, assim como pedras preciosas:  rubi, quartzo, diamante,
jade e ágata.










Maurício Coutinho / jornalista / produtor cultural 
Nextel: 7000.3953 - ID: 112*16141
www.revistapaulista.com.br